Olimpíadas de Língua Portuguesa
Nossa escola Profª. Maria Leda Fernandes Brigo participou das Olimpíadas Brasileiras de Língua Portuguesa que ainda está em andamento em nível estadual. Porém, fomos os vencedores a nível municipal na cidade de Guarulhos. Estamos aguardando ansiosos os resultados estaduais e nacional.
Na reunião de pais que ocorreu no dia 26 de setembro, presenteados os alunos que produziram os melhores textos da comunidade escolar com um certificado de honra ao mérito e aos pais com flores, tudo isso ocorreu no anfiteatro da escola, foi um momento de muita emoção e felicidade.
Parabenizamos a todos os alunos e professores que participaram da OLP nas diversas categorias pelo empenho, dedicação e conquista a nível municipal na categoria crônica. A seguir disponibilizaremos os melhores textos produzidos em nossa escola nas categorias crônica, poema, artigo de opinião e memórias literárias, só não postaremos a crônica vencedora, pois ainda está concorrendo. Boa leitura a todos !!!
Casarão da esquina
Imagine um campo de batalha em que dois exércitos se digladiam em um conflito que ambos possuem catapultas, canhões, flechas, arqueiros e tudo mais. Depois das batalhas, os soldados vão para a taverna para descansar e se refrescar. A batalha se estende por dias, são todas disputadíssimas.
Em uma tarde quente, uma catapulta lançou uma bala de canhão na caverna do dragão que saiu do seu recinto e começou a cuspir fogo e perseguir os guerreiros até matar todos que estivessem pela frente, sem piedade e sem o julgamento do Tribunal da Santa Inquisição.
Assim é o meu cotidiano: o feudo é o Parque Uirapuru, um bairro que não aparece nos registros de cartografia. O campo de batalha é a rua, os exércitos são os times, as balas de canhão são as bolas de futebol, os arqueiros são as velhas fofoqueiras de ouvidos atentos nas conversas, a taverna é a mercearia, o recinto de dragão é o casarão da esquina onde mora a velha bruxa, mais conhecida como minha Vó, que possui o olhar de flecha que perfura qualquer coração. Ah! Esqueci de dizer: a morte é o castigo por quebrar a vidraça e a Santa Inquisição é o humor na minha mãe.
Aluno: Matheus de Maio Andrade
Professora: Ana Franci Regis Macedo
Escola: Professora Maria Leda Fernandes Brigo
Um pouquinho de mim
Durante a minha vida morei em vários lugares, mas passei a minha infância na Paraíba em um sítio. Lembro-me que a minha casa era grande, de tijolos e telhas, morava com meus pais, meus quatro irmãos e minhas três irmãs.
Na região onde morava não tinha mercado, farmácia ou padaria, era sempre tudo muito longe. Cuidava de gados, campeava cavalo, sempre ajudei meu pai, trabalhava na roça junto com ele e sempre fui um garoto muito esperto. Quando saia da roça depois de ajudar meu pai, ia correndo com meus irmãos tomar banho nas barragens, era bem pertinho da minha casa e eu adorava.
Uma comida que minha mãe fazia e que eu não esqueço era a buchada de bode que ela preparava uma delícia... Quando eu e os meus irmãos sentíamos o cheiro, saíamos correndo para comer, era uma das minhas comidas preferidas, além claro, do sarapatel, da pamonha, e do mungunzá que aqui em São Paulo é chamado de canjica.
Lembro também que lá não passava muitos carros, eram caminhonetes, caminhões e jipes.
Ia à escola de tarde e de burro, amarrava-o no pé de árvore da escola. Levava uma pasta de couro com uma cartilha de ABC, livro, caderno, lápis e uma caneta de pena em que tínhamos que molhar o biquinho da caneta em um tinteiro para escrever. Minhas professoras eram as senhoras Erotide, Maria e Lúcia. Eu nunca apanhei de palmatória, pois as professoras daquela escola não utilizavam esse material.
Adorava brincar com o meu melhor amigo Ivanildo, nossa brincadeira preferida era, pega-pega, passa-anel e a brincadeira de roda. Construía cavalos de pau com varas, fazia carrinhos com caixa de sabão e pedra, e nos divertíamos muito.
Adorava as festas de São João porque comia pamonha, milho cozido e pulava fogueira com meus pais, amigos e irmãos. Lembro que sempre tocava a música: “Pula a fogueira Iaiá, pula a fogueira Ioiô. Cuidado para não se queimar. Olhe que a fogueira já queimou o meu amor.”, que cantávamos todos juntos. Os adultos bebiam batida e as crianças bebiam suco.
Mas está fase acabou, fiz 17 anos e mudei-me para o Rio de Janeiro, com o meu cunhado. Era um garoto inexperiente e precisava ganhar dinheiro. Fui morar na Ilha do Governador e trabalhava em Copacabana como servente de pedreiro. Tinha que pegar duas conduções para chegar lá. Morei dois anos no Rio, tive vários empregos, enfim voltei para Paraíba com 19 anos, voltei a morar com meus pais e trabalhei como fotógrafo. Foi passando o tempo e me casei, depois de alguns anos vim para São Paulo com minha mulher, meu filho e minhas três filhas.
No ano 2.000 vim morar em Vila Nova Cumbica na cidade de Guarulhos.
Era notável o não desenvolvimento do bairro, onde eu moro, antigamente era um barranco, construí minha casa com minhas próprias mãos e com a ajuda de outras pessoas.
Recordo-me que havia muitas coisas diferentes, os urbanos eram diferentes, seus formatos, cores e até a ordem de entrar era ao contrário.
Os orelhões eram de cor amarela e usavam fichas que pareciam moedas, era muito divertido fazer ligações, nessa época nem imaginava que um dia iria existir celular. Os postes eram de madeira. Está é a cidade em que eu vi o progresso chegar.
Escolas, supermercados e até um aeroporto mudou essa cidade. O progresso foi visível, avenidas novas, ruas asfaltadas e esgoto canalizado.
Moro em Guarulhos e sou feliz aqui, tenho boas recordações que nunca me esquecerei, porque eu vi meus netos crescerem aqui, todos juntos, sempre unidos e saudáveis, sou um homem muito orgulhoso por ver que meus filhos são responsáveis e dedicados.
Essas são lembranças que eu nunca me esquecerei.
(texto baseado na entrevista feita com o Sr. Severino Lourenço da Silva, 62 anos.)
Aluna: Fabíola Gonçalves Lourenço da Silva
Professora: Joyce Camilo dos Santos
Escola: E.E. Profª Maria Leda Fernandes Brigo; Cidade: Guarulhos - SP
PEQUENA CIDADE
Minha cidadezinha é bela
com muitas flores,
azuis, roxas e até amarelas
Aqui minha cidade é pequena
mas muito bela
quem sabe um dia você passe por ela.
Na minha cidade não tem maldade
todos aqui tem humildade,
e muita simplicidade
Nossa cidade é pobre
porém todos de coração nobre
e é tudo belo aqui,
e daqui nunca vou querer sair.
Minha cidade é muito legal,
de tarde todos fazem muito barulho
e o nome dessa pequena cidade é Guarulhos.
Aluno: Guilherme Almeida de Souza 5ªA
Professora: Robelia Gomes Moreira Reis
Escola: E.E. Profª Maria Leda Fernandes Brigo
A MINHA CIDADE
A minha cidade
tem pessoas diferentes
independente da idade
são todos bem contentes.
Tem a mocinha
que é bem atrevidinha
fica olhando na janela
o futuro príncipe dela.
Tem gente que vai à feira
dia de quarta-feira
pra comprar melão
que está na promoção.
E a molecada
que estão à brincar
os meninos jogam bola
e as meninas brincam de escola.
Tem tantas coisas
que não dá nem pra falar
mas essa cidadezinha
vai sempre me encantar .
Guarulhos é nome dela
é uma cidade muito bela
bem pertinho da capital
e ela é sensacional.
Aluna: Iris Mayse 5ª"B"
Professora: Robelia Gomes Moreira Reis
Escola: E.E. Profª Maria Leda Fernandes Brigo
CIDADE PEQUENINA
Cidadezinha pequenina
Com palmeiras a balançar
Quando olhamos para cima
Passarinhos a cantar
Pardaizinhos e andorinhas
Cantando em união
Com sua voz fina e mansa
Eles voam até o chão
O lugar onde eu vivo
É como a estrela a brilhar
A estrada é muito boa
Da vontade de trilhar
O lugar onde eu vivo
Não é nem um pouco poluído
É por isso que eu gosto
Do meu lar querido
O lugar onde eu vivo
É muito, muito especial
Eu tenho muitos amigos e
Uma escola sensacional
No lugar onde eu vivo
Eu não paro de brincar
Mas não sou preguiçoso
Gosto muito de ajudar
O lugar onde eu vivo
O ensino é fundamental
E a casa onde eu moro
É também muito legal
O autor deste poema
É da cidade de Guarulhos
Ele é o Abraham Sena
Seus versos são leves como a pena.
Aluno: Abraham Sena - 5ªC
Professora: Robelia Gomes Moreira Reis
Escola: E.E. Profª Maria Leda Fernandes Brigo
Guarulhos faz parte da minha história
Tenho muito presente em minha memória que comecei muito cedo a trabalhar na roça, trabalho duro para uma criança. Andava 5 km para ir à escola, não havia comida suficiente para comer, por isso não tínhamos muita energia para andar tanto. Estudei 4 anos em Sertãozinho, no interior de Minas Gerais.
Quando cheguei em São Paulo, minha escola era muito rígida os alunos tinham que saber as quatro operações ( multiplicação, divisão, adição e subtração ) de cor. Mas graças a Deus nunca repeti de ano.
Em 1953 trabalhei no banco como atendente, eu tinha 12 anos, na época não havia a lei do trabalho infantil, o banco se localizava na Vila Maria, onde fiz um curso, mas não adiantou muito, só estudei até a 8ª. série.
O tempo passou-se rapidamente, em 1980 o prefeito pediu para construirmos uma escola, as crianças do bairro Uirapuri, para onde me mudei, tinham que estudar longe, umas até não tinham condições para pegar ônibus. Era difícil trabalhar e estudar, pois não tinham empresas nem escolas.
Meu pai criava gado e plantava verduras e legumes para comermos e vendermos. Ele não tinha tempo para brincar comigo.
Eu sempre quis sair do aluguel e comprar um terreno, então, construí uma escola perto de onde eu morava, mas o prefeito não tinha condições para colocar as mesas, as cadeiras e os materiais necessários então, a população cedeu alguns moveis. Também ajudei a construir o posto de Saúde e a escola E.E. Profª Maria Leda Fernandes Brigo. Ao construir a segunda escola, tivemos que chamar um engenheiro para falar onde íamos construir a escola em 1980
Vários prefeitos tentaram melhorar o bairro, mas não adiantava. Eu pensei em sair de Guarulhos, mas construir a minha vida aqui. Me candidatei a vereador em 1980, 1984 e em 1988. Eu trabalhava, e nas horas vagas ficava na associação.
Não havia muito esporte e lazer no bairro,então, comecei a construir uma quadra, mas para meu azar, o terreno havia dono, então fui na prefeitura e consegui construir uma quadra de futebol.
Aluna: Emilly Vitorino dos Santos
Professora: Robelia Gomes Morais Reis
Escola: E.E. Professora Maria Leda Fernandes Brigo
A MINHA VIDA
Porque me esquecer da minha vida se foi inesquecível? Pois agora é um bom momento para relembrar... Na cidade de Guarulhos muitas coisas aconteceram. Quando bem pequena me recordo do meu primeiro lar, as coisas eram um pouco difícil. Eu morava numa comunidade, uma favela muito pobre, ruas sem asfalto e um rio muito sujo ao lado de casa. Recordo-me de um grande temporal que caiu e houve uma inundação enchendo minha casa que era de madeira e com piso de barro, não me esqueci nem da vaca morta que estava a boiar no rio!Isso para mim naquela época foi inesquecível!
Quando minha mãe teve que trabalhar eu ficava com a minha tia Luiza, todos os dias eu ficava ansiosa para minha mãe chegar, pois ela sempre me trazia algo e me fazia esquecer a solidão de todos os dias. Como toda criança eu era bem pimentinha. Num certo dia minha mãe saiu para ir ao mercadinho e lá eu queria comer chocolate e minha mãe diz: “Vanessa agora não da estou sem dinheiro”. E eu chorava repetindo a mesma palavra “eu quero chocolate” Naquela época chocolate era artigo de luxo, mas finalmente minha mãe foi em casa pegou o dinheiro voltou para o mercadinho, comprando uma caixa inteira de bombons só para mim.Os primeiros desceram deliciosos para o meu estomago,depois comecei a sentir um negocinho estranho,era o meu estomago doendo e logo aprendi que não devemos ser gulosos. Recordo-me do dia em que minha mãe comprou uma casa e nos mudamos para um bairro melhor de Guarulhos, Jardim Ottawa. Fiquei muito feliz, mas nunca havia visto tanto barro em toda minha vida porque as ruas não eram asfaltadas, logo foi montado um barzinho na frente de casa onde vendia coxinhas e outras coisas mais, quem preparava as coxinhas era o meu tiozinho predileto chamado Fernando, ele era padeiro, me lembro que as coxinhas eram deliciosas humm humm hummm!!!!!
Certo dia eu e minha mãe fomos à cidade e na volta para casa dentro do ônibus comecei a cantar a música “ Caça e caçador” do cantor Fábio Júnior todos diziam que minha voz era linda, hoje sou cantora e fico muito feliz.
Lembro-me muito bem da separação dos meus pais, foi cada uma para seu lado e eu com minha pouca idade ia vê-lo todas as semanas. Eu com os meus 14 anos já andava sozinha de ônibus, naquela época eu me divertia muito, tudo era novo para mim, e o que me chamava mais a atenção era o momento que via, durante a viagem, as paisagens e hoje me pergunto: “Como as coisas mudaram tanto”? Os ônibus se multiplicaram, as ruas asfaltadas, casas mais bonitas com uma aparência bem melhor que antigamente.
Na minha infância, tinha muitos amigos, nós brincávamos de amarelinha, queimada e vôlei... Não tínhamos muita opção de lugares para brincar por isso brincávamos na rua mesmo, só acho que eu deveria ter aproveitado mais.
Quando pequena meu sonho era ir ao SHOPPING, mas só existia um bem pequeno chamado POLI, até hoje ele existe, mas para a alegria de todos foi construído um shopping enorme chamado SHOPPING INTERNACIONAL DE GUARULHOS.
Muitas coisas melhoraram e a tendência é melhorar ainda mais. Não importa o lugar onde nascemos se é bom ou ruim, o importante é aproveitar o que o nosso lugar tem a nos oferecer.
(Texto baseado na entrevista realizada com Vanessa Rocha, 29 anos)
Aluna: Luana Silva - 6ªC
Professora: Robelia Gomes Moreira Reis
Escola: E.E. Profª Maria Leda Fernandes Brigo
A minha cidade
A cidade de Guarulhos não foge da realidade, tem praticamente os mesmos problemas que os das outras cidades registram como violência, falta de policiamento, problemas nas utilidades públicas , trânsito, pavimentação das ruas. Por outro lado, as coisas que favorecem a cidade como lugares de lazer, mercados grandes, shoppings, postos de saúde entre outros.
O mundo é uma balança do bem e do mal, não tem como viver em uma sociedade sem suas diferenças, aliás, uma definição para o Brasil é esta pluralidade de raças, etnias e estoques que além de especial torna o nosso país polêmico.
Estamos em época de eleições, muitas promessas sendo feitas para melhoria. Acredito que, não só os candidatos aos cargos de prefeitos e vereadores, mas também pela metade do povo brasileiro passasse do querer e das palavras para ações, conseguiríamos acabar com alguns malefícios trazendo o brilho para benfeitorias. Infelizmente não é assim que acontece; promessas acabam ficando no ar e idéias não mobilizam o país.
Baseado em uma breve observação passei a perceber que é do ser humano fechar os olhos para os aspectos bons que poderiam ser feitos não só para uma cidade e sim para o mundo, sendo assim, a boa visualização é voltada somente para os problemas judiciais que o próprio ser humano cria.
Portanto, temos um caminho muito longo até chegarmos a esse bom senso, até todos perceberem que toda as criticas feitas podem ser modificadas por elogios simplesmente por mudanças que cada um de nós podemos fazer. Qualidades e defeitos formam o lugar onde vivo.
Aluna: Carolina dos Santos Pereir - 3º.A
Professora: Valdinéia
Escola: E.E. Profª Maria Leda Fernandes Brigo
Tempo bom que não volta mais
Nasci em São Bernardo do Campo no ano de 1982, neste mesmo ano meu pai comprou um terreno num bairro chamado Jardim Ottawa na cidade de Guarulhos. Lembro que pelo menos uma vez por ano íamos visitá-lo e quando isso acontecia achávamos muito engraçado porque só existia mato naquele lugar, as ruas não eram asfaltadas e não havia muitas casas, ao contrário de São Bernardo que era um lugar muito movimentado, com muitas casas e comércios.
Quando completei 09 anos meu pai construiu a nossa casa e nos mudamos para Guarulhos, eu e meus irmãos ficamos muito tristes por ter que deixar nossos amigos, a escola e a nossa casa. Mas logo que chegamos percebemos que havia coisas ótimas aqui, nossa casa tinha um belo quintal, grande e muito diferente de onde morávamos, as ruas eram de terra e quase não passava carro, por esse motivo podíamos brincar na rua quase o dia inteiro, quando não estávamos na escola, lógico!
Naquele tempo tinha uma bicicleta nova, mas que de tanto andar nas ruas de terra seus pneus furaram e só me restaram os aros, mas mesmo assim continuei andando, não sei como conseguia andar com tantas pedras na rua... Era muito legal! Eu e meus irmãos fizemos várias amizades novas na rua e na escola, brincávamos de taco, esconde-esconde, vôlei e futebol.
Na escola tivemos várias “modinhas”, brincadeiras passageiras, porém muito divertidas, tinha a modinha do iô-iô, da mola-maluca e do pirocóptero. Na minha 3ª série as meninas trocavam papéis de carta e morríamos de medo da tão famosa loira do banheiro. Na 5ª série fazíamos a medonha brincadeira da caneta e os polêmicos cadernos de enquete, a maneira mais fácil de descobrir se os meninos de quem gostávamos também gostavam da gente.
Ao passar dos anos as pessoas foram crescendo, tendo filhos, arrumando empregos, se casando, muitas delas tenho contato, outras não, mas o mais importante são as lembranças de uma infância maravilhosa que tive, podendo no passado brincar na rua sem medo dos perigos atuais que nos cercam coisa que as crianças de hoje não tem o privilégio de fazer.
(texto baseado na entrevista feita com Renata Silva, 30 anos)
Aluna: Rebeca Reis Santos Lima
Professora: Joyce Camilo dos Santos
Escola: E.E. Prof Maria Leda Fernandes Brigo
Minha vida, minha história
Lembro-me como se fosse ontem do cheirinho de café da manhã que minha mãe preparava, tinha tudo: broa de milho, aquele bolo maravilhoso de fubá, biscoitinho de polvilho saído direto do forno a lenha. Eu ia ajudar todo dia o meu pai na roça, sempre antes de sair minha mãe me dava um beijo de despedida e quando chegávamos a casa, estávamos mortos de cansaço, mas sempre arrumávamos um tempinho para fazer uma roda e começar a cantar. Ahh.... Que alegria que era.
Nunca pude ir à escola, mamãe falava que escola era só para pessoas ricas e enquanto algumas crianças estavam na escola eu brincava com minhas irmãs e amigas, brincávamos de tudo: peteca que nós fazíamos com palha e pena que arrancávamos das galinhas, pula-corda e balanço.
Quando eu aprendi a ler foi uma felicidade, aprendi a ler e escrever com uma amiga que até hoje nunca soube o seu verdadeiro nome porque todos a chamavam de Mariqueta.
O tempo passou me casei e mudei para São Paulo em busca de melhores recursos, mas não consegui muita coisa, então fui para Guarulhos, morei de favor em uma casa simples, num barranco, onde hoje está localizada a “Churrascaria Cumbica”, era muito triste morar ali, muito próximo de uma rodovia muito movimentada, se não a mais movimentada do país, via muitos acidentes de pessoas atravessando a Rodovia Presidente Dutra, naquele tempo não existia muitas passarelas como existi hoje.
Mudei-me para o bairro Jardim Ottawa onde moro até hoje, pelos meus olhos já se passaram muitas mudanças neste bairro, ruas asfaltadas, escolas, posto de saúde, praças e até condomínios podemos encontrar aqui, tudo evoluiu. Hoje sou feliz por morar aqui, apesar da saudade do meu passado, sou muito feliz.
(texto baseado na entrevista feita com a Sr. Terezinha Alves da Silva 75 anos.)
Aluno: Júnior da Silva Tavares
Professora: Joyce Camilo dos Santos
Escola: E. E. Profª Maria Leda Fernandes Brigo
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